Segundo dados da pesquisa Educação Financeira no Brasil, realizada
pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), a aposentadoria não é
uma preocupação para maioria dos brasileiros.
Mais de um terço (35,2%) dos entrevistados confessam que não se
preparam de nenhuma maneira para a aposentadoria e parcela expressiva
(30,8%) afirma que se prepara de alguma maneira, mas diz que se perdesse
o emprego, hoje, teria dinheiro para sobreviver por no máximo três
meses - ou seja, estão na melhor das hipóteses, em um estágio muito
inicial de preparação. Os investimentos mais populares entre os 34% que
dizem poupar para o futuro são a poupança, a previdência privada, os
fundos de investimento, as ações e os imóveis.
Os dados são preocupantes em vista do cenário de rápido
envelhecimento da população brasileira e das crescentes preocupações
sobre a sustentabilidade da previdência pública.
Com isso, concluiu-se
que 66% dos entrevistados não pensam no futuro e acabam dependendo,
exclusivamente, da aposentadoria oficial. Dessa maneira, depender de
terceiros, da família, ter que baixar o padrão de vida e levar uma vida
desequilibrada financeiramente acabam sendo problemas recorrentes na
vida de idosos que não se planejaram.
Mas ao contrário do que parece, a dificuldade de formar esse
fundo não está na renda que cada um ganha, mas sim no hábito dos
brasileiros, desacostumados a guardar dinheiro.
Países com renda muito menor que a brasileira, como a China,
por exemplo, apresentam altíssimas taxas de poupança, formada
principalmente para a aposentadoria. Cabe a cada brasileiro melhorar sua
educação financeira -, explica José Vignoli, educador financeiro do
portal “Meu Bolso Feliz” (meubolsofeliz.com.br), uma iniciativa do SPC Brasil.
Vignoli explica que “quanto mais cedo o consumidor começar a
poupar, menos precisará poupar por mês. Aos 20 anos, o brasileiro acha
que é cedo para pensar na aposentadoria e aos 50, já pode ser tarde
demais. O segredo é escolher onde aplicar seu dinheiro, reservar
mensalmente uma quantia e criar o hábito de poupar”, conclui.
Além disso, Vignoli lembra que quem trabalha com carteira
assinada deve guardar toda a documentação referente aos seus empregos.
Na hora de se aposentar, o INSS, a previdência administrada
pelo Governo, pode pedir uma lista extensa de documentos e comprovantes.
Se o indivíduo não se preveniu, pode perder anos preciosos de sua
aposentadoria - diz Vignoli.
O mesmo vale para os trabalhadores autônomos que devem manter
suas contribuições em dia e os comprovantes de pagamentos bem guardados.
Segundo o levantamento, a poupança ainda é a aplicação mais
popular do mercado e indicada para quem quer fazer um investimento e
ainda não tem muito dinheiro ou um mínimo definido para aplicar
mensalmente. Quase sem riscos para o cliente, o retorno da poupança é
baixo, média de 0,5% ao mês.
Ela é ideal para quem ainda não pode poupar 10% do que ganha e
aos que se declaram isentos no Imposto de Renda - explica Luiza
Rodrigues, economista do SPC Brasil.
Sem cobranças de impostos, taxa de administração, aplicação
mínima e tarifas para abrir a conta poupança, essa modalidade é a
maneira mais simples e segura de começar a guardar dinheiro.
Já a previdência funciona como uma poupança obrigatória. Existem
basicamente dois tipos: a previdência pública (INSS), gerenciada pelo
governo, e a privada, que é uma poupança do consumidor guardada
especialmente para a aposentadoria.
Ela é indicada para quem não pretende mexer no dinheiro
aplicado por um bom tempo e já tem que declarar imposto de renda. A
previdência é fácil de fazer e ótima até para quem não é disciplinado. É
só decidir quanto investir e colocar no débito automático - diz Luiza.
Oferecida pelos bancos e vinculada a uma conta corrente, você
ainda pode escolher entre o plano PGBL (Plano Gerador de Benefício
Livre) e o VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre). "A primeira opção é
indicada para quem utiliza o formulário completo do Imposto de Renda e a
segunda para aqueles que utilizam o modelo simples. Na dúvida, vale
consultar mais de um banco e ficar muito atento à taxa de administração
cobrada por cada um - aconselha Luiza.
Fonte: Monitor Digital | Monitor Mercantil
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