A situação de quem depende do INSS (Instituto
Nacional do Seguro Social) para se aposentar está ficando cada vez mais
complicada. O teto da aposentadoria, que hoje é de R$ 4.159, o
equivalente a 6,1 salários-mínimos, deverá chegar a três (nos valores atuais, R$ 2.034) em 2038.
A projeção, realizada pelo consultor em previdência privada e pública
Renato Follador reflete o que vem ocorrendo nos últimos 40 anos. Em
1970, a quantia máxima remunerada pelo INSS era de 20 salários-mínimos.
Se esse teto continuasse, hoje o maior valor
de aposentadoria seria de R$ 13.560. Em 1980, o teto entrou em processo
de queda livre, e recuou para 15 mínimos (R$ 10.170 nos valores
atuais). Na década seguinte, baixou para dez mínimos (R$ 6.780) e, em
2000, para 7,5 (R$ 5.085). “O achatamento da aposentadoria nos útlimos
12 anos chegou a 2,28% ao ano. Se considerarmos os últimos 30 anos, as
perdas alcançam 60%.”
Isso acontece também pelo fato de o governo corrigir de modo diferente o
piso (salário-mínimo) e aposentadorias acima dele. O menor valor é
reajustado pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) mais o
PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos atrás. Quantias maiores ganham
somente a reposição da inflação, sem ganho real. Para se ter ideia da diferença, no ano passado o piso foi corrigido em 9% e, acima dele, em 6,2%.
Follador explica que grande parte do problema também está no fato de o INSS ser financiado por quem está no mercado de trabalho formal. “Não existe a formação de
reservas. Na década de 1970, muita gente contribuía e poucos usavam.
Hoje, é o contrário.”
A especialista em seguro de vida e previdência privada Maísa Serra, da
corretora Vida Livre Seguros, complementa que a expectativa de vida
naquela época era baixa, em torno de 60 anos, e a cada dez pessoas que
contribuíam, somente uma recebia. “Hoje, a expectativa de vida é de 73
anos, sendo que é comum viver até os 90 anos. E essa relação se
inverteu. É insuficiente a quantidade de contribuintes da Previdência
para bancar as aposentadorias atuais. Ainda mais que os casais têm no
máximo dois filhos e muitos deles encontram oportunidade de trabalho no
mercado informal. Ajudamos um velhinho a sobreviver, mas quem vai nos
ajudar?”
De fato, a taxa de natalidade diminuiu bruscamente. Na década de 1960,
conforme Follador, a média era de 6,2 filhos por mulher e, atualmente, é
de 1,7. E, enquanto a receita recua, a demanda pelo benefício cresce.
“Há 40 anos os idosos representavam 5% da população apenas, enquanto
hoje somam 12% e, em 30 anos, serão 20%”, cita o consultor.
Na avaliação do diretor da Associação dos Aposentados e Pensionistas do
Grande ABC, Luís Antônio Ferreira Rodrigues, “é uma balela dizer que
dependemos de quem está na ativa”. “O governo está fazendo terrorismo ao
aplicar inflação diferente da realidade e não dar ganho real. E isso só
desincentiva o empresário a registrar seus funcionários e os
profissionais liberais a contribuírem com o INSS.”
Faltam R$ 50 bilhões para fechar a conta da Previdência Social, rombo,
em grande parte, provocado pelas aposentadorias rurais, que beneficiam
quem nunca contribuiu. “Desde 1996 o deficit só cresce (tanto que em
1999 passou a vigorar reforma que instituiu o fator previdenciário, que
diminui em até 30% os valores de contribuição). Diante do cenário de
armadilha demográfica, o que você vai fazer se no fim da carreira
profissional estiver ganhando mais do que R$ 2.034?”, questiona. “Terá
de reduzir o padrão de vida, complementar com previdência privada ou
trabalhar até morrer e considerar a aposentadoria apenas como
complemento da renda.”
Fonte: Soraia Abreu Pedrozo | Do Diário do Grande ABC
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