A taxa de juros básica da economia (a Selic) subiu mais de 3 pontos percentuais em 12 meses. Saiu de 7,25% em janeiro de 2013 para 10,50% na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), neste mês.
E parece que a escalada dos juros não terminou. Especialistas esperam
mais uma alta de pelo menos 0,25 pontos percentuais na próxima reunião,
no mês que vem.
Enquanto a taxa de juros sobe, a inflação teima e não cai. A Bolsa
decepciona. Difícil brilhar no atual contexto de baixo crescimento
econômico, risco elevado e juros altos. O real se desvaloriza em relação
ao dólar e há quem diga que a moeda americana ainda está barata.
Sem dúvida é uma mudança significativa em relação ao cenário do
início do ano passado, o que sugere, obrigatoriamente, repensar sua
carteira atual de investimentos e refletir sobre como investir novos
recursos disponíveis.
OBJETIVOS
Antes de investir aqui ou acolá, faça sua lição de casa. Estabeleça
objetivos, o horizonte de tempo do capital aplicado e verifique se a
composição e o nível de risco da carteira estão adequados ao seu perfil.
Nem tudo o que existe no mercado e representa oportunidade para alguns
faz sentido para você.
POUPANÇA
Nesse patamar de taxa de juros -acima de 8,5% ao ano-, a poupança
perde um pouco de competitividade em relação a outros produtos porque
paga juro fixo de 0,50% ao mês. Em compensação, a elevação da taxa
básica de juros trouxe a TR (Taxa Referencial) de volta.
A rentabilidade esperada da poupança em fevereiro é de 0,61%,
equivalente a 7,57% ao ano. Isenta de tarifas bancárias e Imposto de
Renda.
JUROS
Instrumentos de taxa pós-fixada, são um porto seguro em cenários como
este. Você não sabe quanto irá ganhar em termos absolutos, se 10% 10,7%
ou 9,4%, por exemplo, mas sabe que ganhará um percentual da taxa de
juros de mercado, seja ela qual for.
Mantenha uma boa parte de seus recursos, entre 30% e 60%, em
operações que acompanham a variação da taxa de juros de mercado.
Poupança, CDB DI (Certificado de Depósito Bancário), LCI (Letra de
Crédito Imobiliário) ou LCA (Letra de Crédito do Agronegócio), LFT
(Letra Financeira do Tesouro) via Tesouro Direto e Fundos Referenciados
DI são suas alternativas de investimento.
Mas não a qualquer preço. Para ganhar da poupança em operações de até
180 dias, negocie depósitos bancários acima de 93% da taxa DI (média
dos juros dos empréstimos entre bancos) e fundos DI com taxa de
administração inferior a 1% ao ano.
Operações de taxa prefixada são uma aposta válida para os mais
otimistas e também para os que querem diversificar a carteira de renda
fixa. Em 24/01 por exemplo, era possível comprar uma LTN (Letra do
Tesouro Nacional, no Tesouro Direto, com vencimento em 01/01/2017 a
12,87% ao ano.
Essa será a remuneração dos que estiverem dispostos a esperar a data
de vencimento do título ignorando a flutuação de preço no caminho.
A mesma recomendação se aplica aos títulos atrelados a índices de
inflação. Recursos de longo prazo podiam comprar, em 24/01, uma NTN-B
Principal (Nota do Tesouro Nacional Série B Principal) que paga a
variação do IPCA (índice oficial de inflação) mais juros de 6,90% ao
ano. O vencimento dessa NTN, a mais curta disponível, é 15/05/2019, uma
operação de pouco mais de cinco anos.
DÓLAR
Investir parte de seus recursos em moeda estrangeira não é uma ideia
ruim. Se você tem despesas em outra moeda, tais como viagens ao exterior
ou com educação, cresce a importância de assegurar o poder de compra em
moeda estrangeira para um percentual dos seus investimentos.
Fundo cambial é uma boa alternativa. A rentabilidade desses fundos,
líquida da taxa de administração, tende a superar a variação cambial do
mesmo período. Mas lembre-se de que incide Imposto de Renda como em
qualquer outro fundo de investimento.
BOLSA
Opção de alto risco para poucos investidores que podem aplicar uma
parcela reduzida de seus recursos de longo prazo, dispostos a correr
risco elevado sem garantia de retorno.
O cenário atual não é favorável aos investimentos em ações de forma
geral. Evidentemente, existem oportunidades para aqueles dispostos a
garimpar as pepitas de ouro em um mar de areia.
Fonte: Marcia Desse | Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros.
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